4. Placas e Etiquetas

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Escrito por Ana Brásio


Este método baseia-se na simbologia adoptada por diversos países, bem como no próprio ADR, expressa em placas, painéis e etiquetas identificadoras das matérias perigosas.

A) Nome da mercadoria e número da ONU

Com o fim de facilitar a identificação de cada uma das substâncias perigosas, foi adoptado um código numérico de quatro dígitos, que constitui a identificação da matéria: o número ONU (Organização das Nações Unidas).

A utilização do número das Nações Unidas resolve o problema dos diferentes nomes técnicos que podem ter os produtos em cada idioma e evita de certa forma algumas interpretações menos claras devido ao uso de distintas denominações comerciais para um mesmo produto.

Em cada embalagem ou recipiente deve figurar a designação oficial de transporte da mercadoria perigosa e o correspondente número ONU.

B) Etiquetas de Perigo

As etiquetas de perigo indicativas dos riscos estão destinadas principalmente a ser colocadas sobre as mercadorias ou sobre as embalagens ou recipientes que as contenham.

Este sistema de etiquetagem baseia-se na classificação das mercadorias perigosas e tem as seguintes finalidades:
- Serem facilmente reconhecidas à distância pelo símbolo, cor e forma;
- Dar a conhecer a natureza do perigo e ser facilmente reconhecível face aos símbolos. Os símbolos principais são:



A bomba: perigo de explosão;
A chama: perigo de incêndio;
A caveira e as tíbias cruzadas: perigo de envenenamento;
O trifólio esquematizado: perigo de radioactividade;
Os líquido gotejando dos tubos de ensaio sobre uma mão e uma placa de metal: perigo de corrosão.

Outros símbolos complementares utilizados são:

Uma chama sobre um círculo: comburentes/oxidantes;
Uma garrafa: gases comprimidos não inflamáveis;
Três meias luas sobre um círculo: substâncias infecciosas;
Uma cruz sobre uma espiga: substância nociva que deve colocar-se à distância dos alimentos;
Sete franjas verticais: substâncias perigosas diversas.

Existem também algumas etiquetas que não são de perigo, como a etiqueta para orientação da colocação de matérias e a etiqueta para as matérias transportadas a quente.

A etiqueta para as matérias transportadas a quente tem a forma triangular como o sinal da estrada de perigo com o desenho de um termómetro no seu interior.

C) Painel Laranja

O painel laranja é uma placa rectangular com dimensões 0,40x0,30 m de cor laranja, podendo ser dividida horizontalmente por uma faixa negra e com rebordo negro, com a finalidade de sinalizar algumas unidade de transporte de mercadorias perigosas.



Na parte superior do painel laranja figura o código de perigo, um código numérico que nos indica o risco da mercadoria transportada. Esse código é composto por dois ou três dígitos e às vezes precedido pela letra X.
Para cada dígito corresponde um significado diferente e, segundo o seu lugar, (primeiro, segundo ou terceiro lugar), tem uma importância distinta.
O dígito que está colocado em primeiro lugar indica-nos o risco principal da mercadoria transportada. O segundo ou terceiro dígitos indicam os perigos secundários.

Na parte inferior do painel existe um número com quatro dígitos que é o "bilhete de identidade" da matéria: o número ONU, como já referido anteriormente.

Números de Perigo

O primeiro dígito dos números de perigo indica o perigo principal e apresentam o seguinte significado:

2 - Emanação de gases resultante de pressão ou de uma reacção química;
3 - Inflamabilidade de matérias líquidas (vapores) e de gases ou matéria líquida auto-aquecida;
4 - Inflamabilidade de matéria sólida ou matéria sólida auto-aquecida;
5 - Comburente (favorece o incêndio);
6 - Toxicidade ou perigo de infecção;
7 - Radioactividade;
8 - Corrosividade;
9 - Perigo de reacção violenta espontânea.

NOTA: O perigo de reacção violenta espontânea, no sentido do algarismo 9, compreende a possibilidade, em virtude da natureza da matéria, de um perigo de explosão, de desagregação ou de reacção de polimerização no seguimento de uma libertação considerável de calor ou de gases inflamáveis e/ou tóxicos.

O segundo dígito dos números de perigo indica o perigo secundário e apresentam o seguinte significado:

0 - Ausência de perigo secundário;
2 - Emanação de gases;
3 - Propriedades inflamáveis;
4 - Estado fundido a temperatura elevada;
5 - Propriedades comburentes;
6 - Propriedades tóxicas;
8 - Propriedades corrosivas;
9 - Possibilidade de reacção violenta espontânea.

Os dígitos repetidos indicam uma intensificação do perigo, à excepção do exemplo 22 que corresponde a gás refrigerado.

Além disso, a presença da letra X indica interdição de utilização de água em contacto com a matéria (que reage perigosamente com a água).

Exercício: Os painéis que se seguem podem ser encontrados normalmente em transportes de matérias perigosas na estrada. Tente identificar as propriedades da substância a que correspondem.







D) Código Hazchem

O código Hazchem é utilizado no transporte de matérias perigosas no Reino Unido. Este código não centra a sua atenção na indicação das propriedades de um produto químico, mas sim nas acções imediatas de emergência que devem ser realizadas para minimizar os efeitos do acidente. É importante referenciar este código porque algumas cisternas cotentorizadas em trânsito pelo nosso País podem utilizá-lo.

E) Código NFPA - Diamante de Perigo

O diamante de perigo é um sistema de identificação recomendado para produtos químicos perigosos pela NFA (National Fire Protection Association). É importante referenciais este código porque é utilizado em embalagens de produtos provenientes dos EUA, Canadá ou Austrália, que podem encontrar-se em Portugal.

F) Rotulagem de Embalagens

As embalagens de substâncias e preparações perigosas colocadas no mercado devem possuir um rótulo com indicações que permitam uma fácil identificação dos riscos inerentes à utilização dos produtos e que mencione as medidas de prevenção a ter em conta, nomeadamente:

-Símbolos e indicações de perigos na rotulagem de substâncias e preparações perigosas e
-Frases de risco e de procedimentos de segurança e intervenção.

O Decreto-Lei n.º 154-A/2002 inclui uma tabela com as frases de risco e de segurança dos produtos.

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